Maturidade digital: sua empresa está apta para a transformação digital? 

Maturidade digital: sua empresa está apta para a transformação digital? 

Você sabia que as empresas líderes mundiais em Maturidade Digital têm crescimento de EBITA (crescimento real) até 5x maior que a média? No Brasil, a diferença é menor, mas ainda expressiva: líderes crescem até 3x mais, segundo relatório McKinsey & Company.  Só que diferente do resto do mundo, aqui o gap entre as líderes e […]

Você sabia que as empresas líderes mundiais em Maturidade Digital têm crescimento de EBITA (crescimento real) até 5x maior que a média? No Brasil, a diferença é menor, mas ainda expressiva: líderes crescem até 3x mais, segundo relatório McKinsey & Company. 

Só que diferente do resto do mundo, aqui o gap entre as líderes e as outras empresas é bem maior, chegando a 46% no critério da estrutura organizacional.

Isso quer dizer que, apesar da disparidade, a oportunidade de se destacar é gigante. 

Tá… Mas o que é maturidade digital? 

Maturidade Digital quer dizer a capacidade de uma organização de responder e aproveitar os desenvolvimentos tecnológicos. Uma empresa que é madura digitalmente consegue responder às inovações e mudanças econômicas. Essa é uma característica essencial para organizações anti-frágeis que se mantém referência ao longo do tempo. 

Ao contar para a gente por que investir nesse tipo de iniciativa, o líder de novos negócios para a Oracle na América Latina, Paulo Guiné, disse que “se não, você vai continuar assistindo Chaves em preto e branco, numa TV de tubo.” 

Quer dizer: mudanças tecnológicas impulsionam mudanças no consumo, e clientes mais exigentes passam a escolher empresas atentas a essas preferências.

Os 5 estágios da maturidade digital 

Neste artigo, Catherine Murray, head de transformação digital na Enlight Strategic, traz que as empresas podem ser divididas em 5 categorias de acordo com seu nível de maturidade digital. 

  • Tradicionais: empresas que seguem processos antigos e, se têm alguma iniciativa alinhada com a transformação digital, isso se deu de modo acidental. Provavelmente está sofrendo disrupção pela concorrência. 
  • Emergentes: modernizaram algumas áreas do negócio, mas ainda não abraçaram a transformação como parte integral da sua cultura. Muda apenas se for estritamente necessário.
  • Engajadas: a empresa tem iniciativas de inovação, mas muitas vezes sem foco ou liderança. Seu maior desafio é apontar para uma visão digital que abrace e direcione a organização. 
  • Competitivas: têm um roadmap digital que permite escapar da disrupção. Muitas vezes precisam desenvolver estratégias de longo prazo.
  • Líderes: conseguem promover mudanças contínuas, o que lhes coloca no caminho certo para se tornar ou se manter como líderes nos seus mercados.

O primeiro passo rumo à maturidade digital 

Nas palavras de Denis Caldeira, diretor para pequenas empresas na América Latina dentro do Facebook, qualquer transformação passa pela cultura. Liderança, por sua vez, é o principal motor da transformação. 

Segundo ele:

“[…] muitas vezes a própria liderança não está comprada com as mudanças. Nesses casos, precisamos saber se existe um casamento entre o perfil das pessoas e a visão de transformação. A transformação exige perfis adequados de profissionais e portanto mudança no quadro por vezes é necessária. Isso não é algo ruim, ok? Se você está numa empresa que não bate com os seus valores, isso também não é bom para você.”

Denis Caldeira

Como avaliar a maturidade digital da sua empresa?

Existem diversos modelos, e todos consistem em dar notas para diferentes pilares da empresa. Isso costuma incluir, mas não se limita a: liderança, cultura, operações, centralidade do cliente, governança e tecnologia. 

Você pode avaliar a sua empresa clicando aqui. 

O básico do básico: por onde começar 

Se você está começando agora, esse levantamento do Analytics & Digital Quotient da McKinsey (A&DQ) pode ajudar. Segundo ele, a maioria das empresas, mesmo iniciantes, já está se mexendo para aumentar sua Maturidade Digital. 

Abaixo listamos as práticas que são o básico do básico, e um bom ponto de partida caso sua organização esteja começando. 

  • Consciência da mudança 

A consciência da mudança significa o entendimento da organização de que o cenário está mudando, mas não só. Envolve também se preparar para isso, investindo em digital e análise de dados, além de integrar esses conhecimentos ao ecossistema e modelo de negócios. 

  • Orientação externa 

A orientação externa considera a necessidade de captação, fechar parcerias, investir em treinamentos e soluções. 69% das empresas levam isso em consideração no seu quartil superior. 

De acordo com Rodrigo Curi, especialista em liderar mudanças complexas, nem mesmo ser um nativo digital garante que uma pessoa vai conseguir extrair valor da tecnologia. “Existem alfabetos e analfabetos digitais de todas as idades e gerações.” 

  • Centralidade do cliente 

Colocar o cliente no centro de tudo o que é pensado, melhorando a interação e, como consequência, a reputação online. 53% das empresas iniciantes têm iniciativas mapeadas nessa área. 

Para Denis Caldeira, se antes de qualquer coisa é necessário olhar a cultura, a centralidade do cliente é um dos principais pontos que devem estar presentes para quem se propõe a fazer a transformação digital. 

Os maiores gaps 

Em alguns pontos específicos, as empresas líderes se destacam muito acima da média. São eles:

  • Estrutura organizacional 

90% das empresas líderes executam uma boa estrutura organizacional, onde cada pessoa tem responsabilidades claras dentro da estratégia digital da empresa. Isso impulsiona o sentimento de dono que tantas corporações buscam. 

No Magazine Luiza, isso se dá através de missões, com times fluidos que se organizam não por área de especialização, mas pelo papel que desempenham para que a empresa atinja os resultados esperados. Gisele Morila, PMO da empresa, diz que a cada ano essas configurações são revistas e reformuladas. Para entender melhor o Case da Magalu, leia este artigo. 

  • Experimentação 

Essa dimensão tem a ver com o incentivo ao risco e à criatividade. Com o estímulo às coisas que podem não funcionar, e que por isso mesmo abrem caminho para inovações. Quer dizer que a empresa não está meramente tomando uma rota que já foi explorada e mapeada. 

Segundo o report, 60% das empresas líderes executam experimentos constantes, com rápidas iterações, contra 2% da média. 

Nesse artigo, falamos um pouco melhor sobre o investimento em inovação no que chamamos de ambidestria organizacional.

Para Paulo Guiné, isso deve entrar na gestão de risco da empresa. Uma estratégia bem sucedida, segundo ele, é trazer startups para dentro do seu ecossistema, o que minimiza as possibilidades de perdas. 

Jornada do cliente 

Isso quer dizer atender todas as necessidades dos clientes tanto na decisão quanto no relacionamento pós-venda. 80% das líderes executam bem essa estratégia contra 12% das outras. 

Um ponto interessante é que nem sempre são as maiores empresas a inovarem aqui. Por definição, donos de pequenas empresas têm um contato muito mais próximo com seus clientes do que os líderes de grandes corporações. 

De acordo com Denis Caldeira, “a gente encontrou novas formas de utilização de ferramentas como o Whatsapp e Messenger simplesmente porque o pequeno empreendedor tem muita criatividade em encontrar novas soluções com as opções que encontraram em mãos.” Cultura hack vem de hackear, transformar, encontrar os melhores caminhos com as ferramentas que estão disponíveis. 

Os maiores desafios 

E claro, todo mundo tem pontos onde poderiam melhorar. Mesmo empresas consideradas líderes, no geral, têm áreas de atenção. 

  • Roadmap específico 

Pouquíssimas empresas (10%) mapeiam um conjunto ambicioso de iniciativas, priorizando e alinhando todas as frentes de atuação. 

Para Rodrigo Curi, isso significa um alinhamento onde os objetivos de curto prazo somados levam até os objetivos de médio prazo, que somados levam ao longo prazo. Uma constante entre os executivos que ouvimos é que, muitas vezes, áreas diferentes da empresa têm níveis diferentes de maturidade. Por isso esse alinhamento é tão desafiador.

  • Talentos 

A tendência da maioria das empresas é “jogar gente” nos problemas. Uma abordagem mais apropriada seria contratar os melhores players, preparados para um modelo de negócios digital, capacitá-los e retê-los. 

Esse é o item onde menos empresas (só 8%) se saem bem. 

Segundo José Roberto Paim Neto, head de excelência empresarial na CPFL Energia, hoje o RH passa por um movimento parecido com o que a área de TI passou anos atrás. Já se fala em RH 4.0, que assume uma postura mais estratégica dentro dos objetivos da empresa.

  • Mentalidade baseada em dados 

Por fim, 13% das pesquisadas desenvolvem uma cultura com tomadas de decisões estratégicas, táticas e operacionais de forma objetiva. 

Gisele Morila cita esse como um dos principais pilares na forma como conduz a inteligência coletiva do seu time. “A primeira coisa que eu pergunto quando a gente tem um objetivo e alguém tem uma ideia é: ‘o que você acha que isso vai trazer de valor real para a empresa?’” Sem isso, ela diz, os times terminam desperdiçando recursos importantes. 

A pergunta que não quer calar é: sua empresa tem o que é necessário? 

Mesmo que sua organização esteja dando os primeiros passos rumo à Maturidade Digital, é importante entender quais são os critérios que merecem sua atenção e pontos em potencial de diferenciação. 

Se precisar, aqui vai novamente o link para você avaliar a nota da sua empresa. 

Quer se aprofundar ainda mais no tema? Criamos o Transformation Experts para você. Clique aqui para aprender com os maiores especialistas de transformação digital no Brasil.

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